Trabalhadores de diversos setores apresentaram, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, suas visões sobre os efeitos que a aprovação do projeto de lei que isenta do Imposto de Renda (IR) quem ganha até R$ 5 mil por mês.
Aprovado na Câmara dos Deputados, o projeto do governo federal compensa a perda de receita e institui um patamar mínimo de imposto a ser pago por aqueles que têm rendimento tributável acima de R$ 600 mil por ano.
No formato em que se encontra o projeto, está prevista uma alíquota de 10% do IR com potencial de atingir cerca de 141,4 mil pessoas de alta renda.
Queda gradual
O texto apresentado na Câmara dos Deputados que foi para o Senado aplica ainda uma redução gradual para os rendimentos acima de R$ 5 mil mensais até o valor de R$ 7.350. Para os trabalhadores que recebem acima de R$ 7.350 mensais, nada vai mudar.
Justiça social
O comerciário Tiago Bitencourt Neves defendeu que a atualização da tabela de imposto de renda é uma questão de justiça social. Para ele, a progressividade tributária é mais do que uma proposta econômica, “é uma proposta de país”, conforme a Agência Brasil.
Alta renda
O grupo de alta renda recolhe, em média, uma alíquota de 2,5% de Imposto de Renda sobre seus rendimentos totais. Já os de baixa renda pagam 7,5% na faixa 2; 15% na faixa 3, e na faixa 4 são 22,5%. O menor salário tributado está entre R$ 2.259,21 a R$ 2.826,65.
Projeto de país
Para Tiago Neves, o projeto é uma chance de corrigir uma desigualdade histórica no país. “Não se trata de apenas uma discussão técnica, mas uma escolha política sobre quem paga a conta e sobre quem se beneficia do país que a gente constrói todos os dias”, disse.