Na guerra comercial entre o governo estadunidense e o Brasil quem saiu ganhando foi a China. De junho a agosto, o país asiático suspendeu a compra do grão norte-americano, dando preferência a outros fornecedores, como o Brasil.
A conclusão está em um levantamento da American Farm Bureau Federation (Federação Americana de Escritórios Agrícolas, em inglês). Maior entidade representativa do setor agrícola no país, a federação engloba 6 milhões de produtores rurais estadunidenses.
Segundo o levantamento, divulgado na página da entidade, as importações chinesas de soja norte-americana despencaram para o menor nível histórico em 2025. Em contrapartida, o Brasil virou o principal fornecedor do grão ao mercado chinês.
26,5 milhões
Entre janeiro e agosto deste ano, a China importou apenas 5,8 milhões de toneladas de soja americana, contra 26,5 milhões ante igual período de 2024, queda de quase 80%. De junho a agosto, os EUA não embarcaram “virtualmente nada” de soja para a China.
77 milhões
Em contrapartida, o Brasil exportou mais de 77 milhões de toneladas para a China no mesmo intervalo. Segundo a Federação Americana de Escritórios Agrícolas, a retração não é pontual e resulta da política de diversificação de fornecedores implementada pela China.
Calor extremo no trabalho exige ação imediata

O impacto das mudanças climáticas na saúde e na segurança dos trabalhadores foi o tema central do painel “Proteção Social, Estresse Térmico e Saúde e Segurança do Trabalho”, realizado nesta quarta-feira (8), durante o Seminário Pré-COP30: Promovendo Trabalho Decente e Transição Justa, em Brasília.
Promovido pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), o evento reuniu representantes do governo, do setor produtivo, trabalhadores e especialistas para debater medidas concretas de enfrentamento aos riscos do calor extremo e estratégias de fortalecimento da proteção social.
Novos riscos
O diretor do MTE destacou que é no trabalho que se constroem trajetórias e experiências, defendendo que a proteção social funcione como uma “rede viva”, capaz de acolher, garantir direitos e preservar a dignidade frente aos novos riscos impostos pelas mudanças climáticas.
Jornada
Segundo ele, cerca de 32,5 milhões de trabalhadores atuam a céu aberto em setores como agricultura, construção civil e pesca. Bittencourt alertou que, em regiões como Norte, Nordeste e Centro-Oeste, os índices de calor passam os limites de tolerância em mais de 70%.
Estresse térmico
Daniel Bittencourt, pesquisador da Fundacentro e coordenador do Programa de Mudança Climática e Segurança e Saúde no Trabalho, o painel destacou que o estresse térmico se configura como um dos maiores desafios impostos pelas mudanças climáticas no trabalho.
Impacto na vida
Na abertura, Alexandre Furtado Scarpelli Ferreira, diretor do Departamento de Segurança e Saúde no Trabalho do MTE e moderador do painel, ressaltou que o tema vai além da esfera técnica, pois impacta diretamente a vida de milhões de trabalhadores e trabalhadoras.